O que visitar na Serra da Estrela, Portugal
O Parque Natural da Serra da Estrela é a maior e mais antiga área protegida de Portugal e um excelente destino para qualquer pessoa interessada em explorar a natureza.
No centro, erguendo-se acima de um planalto selvagem e repleto de rochas, encontra-se a Torre (1993m), o pico mais alto de Portugal continental.
Abaixo, as estradas íngremes das montanhas passam por lagos gelados e vastos afloramentos de granito.
O Rio Zêzere nasce, a cerca de 1900m de altitude, junto ao Cântaro Magro, onde se define o início do maior vale glaciar da Europa (13 km), enquanto que o rio Mondego, nasce no concelho de Gouveia, no sítio de Corgo das Mós (ou ‘’Mondeguinho’’), a uma altitude de cerca de 1425 metros.
Geologia da Serra da Estrela
A formação da Serra da Estrela teve início há cerca de 300 milhões de anos, numa época em que os continentes se uniram para formar um supercontinente chamado Pangeia.
Durante a Idade Glacial o topo do maciço da Estrela foi coberto por uma espessa camada de gelo: uma capa de gelo formou-se no Planalto da Torre, que tinha uma superfície de cerca de 70km2 e 80m de espessura.
Em todas as direções, o gelo foi derretido pela força da gravidade, criando todos os tipos de vales glaciais. Um excelente exemplo é o vale glacial do Zêzere.
Após a última era glacial, toda neve e gelo desapareceram, restando um alto planalto montanhoso coberto por uma floresta de pinheiros.
Devido ao desmatamento e à agricultura, surgiram as belas formações rochosas com blocos de granito fortemente polidos cercados por antigos vales glaciais e picos altos e íngremes (como por exemplo o Cântaro Magro).
Este roteiro está pensado para dois dias completos no Parque Natural.
Covilhã
Começa o dia, dando um passeio pelo centro da cidade de Covilhã, com as suas ruas estreitas e janelas manuelinas.
Conheça a Capela de São Martinho, a Capela de Santa Cruz e o Museu dos Lanifícios, dedicado à principal atividade económica da região, alimentada pelos grandes rebanhos de ovelhas.
De forma a conhecer todo o processo de fabricação artesanal do famoso queijo da Serra, fizemos um desvio até Peraboa, uma pequena aldeia, situada a apenas 14 km da Covilhã, onde se encontra o interessante Museu do Queijo.
Segue para as Penhas da Saúde, uma bonita aldeia de montanha localizada a cerca de 1500 metros de altitude, no coração da Serra da Estrela.
No Covão do Boi, situado acima dos 1.850 metros de altitude, podes apreciar o magnífico monumento, com sete metros de altura, de Nossa Senhora da Boa Estrela (padroeira dos Pastores), esculpido no granito por António Duarte.
A partir do parque situado na Senhora da Boa Estrela, é possível iniciar uma curta caminhada até ao Cântaro Magro.
Cântaro Magro
O Cântaro Magro é um imponente rochedo com uma altura de cerca de 500 metros, que atinge no ponto mais elevado a altitude de 1.928 metros.
É um ícone da Serra da Estrela sendo a cara de vários postais desde os primeiros tempos em que se registam fotografias da Serra.
Continua até à Torre.
A Torre
A Torre é o ponto mais alto da Serra da Estrela e também de Portugal Continental. Aqui encontra-se implantada a célebre “Torre do Cume” para completar os 2000 metros de altitude.
É aqui também, que se concentram os serviços de apoio aos desportos de Inverno (esquiar, praticar snowboard ou andar de trenó) e um centro de comércio de produtos locais, como o queijo, chouriço e mel.
A vista é magnífica:
- para Sul, alonga-se pela Cova da Beira até à Serra da Gardunha;
- A Norte, alcança as Serras do Caramulo, da Lapa e Montemuro;
- A Leste, atinge as Serras da Marofa e da Malcata;
- A Oeste, estende-se para as Serras do Açor e da Lousã, até ao oceano Atlântico.
Volta para trás e segue em direção a Manteigas, até ao Covão d’Ametade.
Covão d’Ametade
O Covão d’Ametade é uma antiga lagoa de origem glaciar, situada a 1420 metros de altitude, no sopé do maciço do Cântaro Magro.
É um cenário mágico, rodeado por três penhascos íngremes: ao sul encontra-se o Cântaro Raso; o Cântaro Magro fica no centro e tipifica toda a Serra da Estrela, e o Cântaro Gordo fica a norte.
O Rio Zêzere nasce, a cerca de 1900m de altitude, junto ao Cântaro Magro e começa a tomar forma no Covão d’Ametade.
Após visitar o Covão d’Ametade, continua ao longo do vale glacial do Zêzere.
Vale glacial do Zêzere
O Vale glacial do Zêzere tem 13kms de extensão, o que faz dele um dos maiores da Europa e um dos melhores exemplos da modelação da paisagem pelos glaciares.
Em forma de “U”, por isso muito aberto, as encostas são muito íngremes, cobertas de bolas graníticas e caos de blocos, principalmente na base das linhas de água.
Segue para a última atração do dia, o Poço do Inferno.
Poço do Inferno
O Poço do Inferno é uma cascata de água cristalina e gélida, com cerca de 10 metros de altura situada na ribeira de Leandres, a cerca de 1100 metros de altitude.
Termina o dia de hoje pela Serra da Estrela numa acomodação em Manteigas.
Após o café da manhã, inicia o roteiro deste segundo dia, seguindo em direção ao Vale do Rossim, apenas com uma curta paragem na nascente do rio Mondego, no sítio de Corgo das Mós (ou ”Mondeguinho”).
É uma fonte de água límpida e fresca, situada a 1425 metros de altitude.
Vale do Rossim
Situada mesmo ao lado do maior vale glaciar da Europa, encontra-se a praia mais alta do país, a praia fluvial do Vale do Rossim.
Esta barragem artificial, construída na Linha de Água da Ribeira da Fervença, foi concluída em 1956 e permitiu que fossem criadas à sua volta um conjunto de condições que transformam este sítio numa das melhores zonas de lazer em toda a Serra da Estrela.
Após um relaxante e fresquinho mergulho na praia, continue para a aldeia do Sabugueiro.
Sabugueiro
O Sabugueiro, localiza-se a 1100 metros de altitude, sendo conhecida como a “Aldeia mais alta de Portugal”.
No entanto esta designação não é correta, uma vez que existem aldeias situadas a cotas superiores.
A aldeia é composta por casas rurais, simples, graníticas, típicas da região, albergando um museu etnográfico com vista a preservar a tradição ainda forte nestas paragens, por um forno comunitário e uma bonita Igreja Matriz.
O Sabugueiro é um local de passagem e paragem de todos os visitantes da Serra da Estrela, para comprar o famoso queijo da serra, o presunto e enchidos, o mel, as mantas, os tapetes de lã de ovelha, não esquecendo os famosos cães da serra (principal local de criação desta raça canina).
Continua até à barragem da Lagoa Comprida.
Barragem da Lagoa Comprida
A barragem da Lagoa Comprida deve o seu nome à sua forma alongada. Foi construída a partir de uma lagoa natural e constitui o principal reservatório de água da Serra da Estrela.
O potencial hidroelétrico elevado levou à construção da barragem em 1911, sendo uma das primeiras obras de engenharia desta natureza levadas a cabo em Portugal.
Em si desaguam dois túneis: o do Covão do Meio e o do Covão dos Conchos.
Daqui partem alguns interessantes percursos pedestres. Uma das caminhadas mais famosas que aqui se inicia, é até ao Covão dos Conchos a famosa lagoa com um buraco no meio (caminhada de 10 km, dura aproximadamente 1.30h).
Trilho Wikiloc: Lagoa Comprida – Covão dos Conchos – Lagoa Comprida
Covão dos Conchos
A barragem do Covão dos Conchos tem uma obra de engenharia, um túnel com cerca de 1500 metros, construído em 1955, com o propósito de canalizar a água da Ribeira das Naves até à Lagoa Comprida.
Continua para Loriga.
Loriga
Loriga é conhecida como “Suíça Portuguesa” devido à sua extraordinária paisagem e localização geográfica.
Situada a cerca de 770 metros de altitude, rodeada por montanhas, das quais se destacam a Penha dos Abutres (1828 metros de altitude) e a Penha do Gato (1771 metros), é abraçada por dois cursos de água: a Ribeira de Loriga e a Ribeira de São Bento.
Está situada num vale glaciar e tanto o local onde se encontra a aldeia como a Garganta de Loriga são considerados pontos de interesse geológico.
A sua praia fluvial está situada num vale glaciário e é conhecida pela água cristalina e transparente, cuja qualidade lhe foi atribuída aquando da atribuição do galardão de ouro, menção atribuída pela Quercus.
É ainda, umas das “7 Maravilhas – Praias de Portugal” e também galardoada com bandeira azul.
Quando visitar a Serra da Estrela
Para caminhadas
O melhor período para visitar a Serra da Estrela, como o intuito de fazer trilhos e caminhadas é de maio a outubro.
Durante o mês de abril é lindo com as encostas cobertas de flores silvestres, mas ainda está frio e também pode estar chuvoso.
O inverno é rigoroso, com neve nas altitudes mais elevadas de novembro ou dezembro a abril ou maio.
Dica: os dias escaldantes de verão dão lugar a noites geladas e chuvas geladas chegam sem aviso prévio.
A névoa é um grande perigo, não apenas porque obscurece percursos pedestres e pontos de referência, mas também porque pode gelar repentinamente ao ponto da hipotermia.
Alguns dos passeios pedestres mais acessíveis encontram-se na zona de Manteigas, onde a rede de Trilhos Verdes tem 16 percursos, que vão desde simples passeios de campo a difíceis trilhos em subida.
O turismo de Seia e o Centro de Interpretação da Serra da Estrela tem uma equipa multilíngue que é especialista em caminhadas na Serra e é uma mina de ouro de informações sobre roteiros.
Dentro de uma zona de proteção especial, acampar e fazer fogueiras são estritamente proibidos, exceto em locais designados.
Para esquiar
Esquiar no parque está disponível na Estância de Ski da Serra da Estrela na Torre. A temporada de ski vai de dezembro a abril, com as melhores condições geralmente em fevereiro.
Onde ficar na Serra da Estrela
Pousada da Serra da Estrela – Localizada na Covilhã, disponibiliza uma piscina exterior e uma piscina interior. Proporciona vistas panorâmicas sobre a paisagem circundante e acesso Wi-Fi gratuito.
Puralã – Wool Valley Hotel & SPA – O Puralã – Wool Valley Hotel & SPA apresenta quartos climatizados e um pequeno-almoço em estilo buffet. Dispõe do Natura Club & Spa, que disponibiliza vários tratamentos de beleza e massagens terapêuticas.
Luna Hotel Serra da Estrela – Localizado apenas a 10 minutos de carro da Estância de Esqui da Serra da Estrela, o Hotel disponibiliza uma escola de esqui e atividades desportivas ao ar livre durante todo o ano. Apresenta piscinas interior e exterior e o acesso Wi-Fi é gratuito em todas as áreas.
Vila Gale Serra da Estrela – Situado em Manteigas, a 2,3 km das Termas de Manteigas, o Vila Galé Serra da Estrela disponibiliza acomodações com um restaurante, estacionamento privado, um centro de fitness e um bar.
Como chegar à Serra da Estrela
Existem três formas de chegar à Serra da Estrela: de comboio, de autocarro ou de automóvel.
De carro ou autocarro
O caminho é simples mais exige cautelas. As estradas muitas vezes são de sentido único, a condução é feita à beira das falésias, que muitas vezes se encontram cobertas de neve e gelo.
A viagem desde Lisboa dura cerca de 3h, enquanto que a viagem desde o Porto dura cerca de 2h.
Rede Expresso:
Se saíres de Lisboa, existem duas opções de autocarro com destino a Covilhã com o custo de 15.20€ (ida) ou 27.20€ (ida e volta). Faz escala nas cidades de Castelo Branco e Fundão.
Ao chegar à Covilhã, a melhor opção é chamar um táxi para te levar até ao seu alojamento ou à Serra.
Comboio:
A linha ferroviária (CP) tem duas linhas que servem a região da Serra da Estrela: a linha da Beira Alta, que passa por Celorico da Beira, Guarda e Nelas, com ligação ao terminal rodoviário de Seia; e a linha da Beira Baixa, que serve a Covilhã, Belmonte e a Guarda.
A viagem de comboio, vai demoraram cerca de quatro horas seja do Porto ou de Lisboa.
Viagens:
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