Visitar Mértola – Vila Museu

Visitar Mértola é passear por um das vilas mais bonitas do Baixo Alentejo. Uma vila onde a herança islâmica ainda se encontra bem preservada.

Mértola situa-se no distrito de Beja, região do Baixo Alentejo em Portugal. É conhecida como Vila Museu.

A vila de Mértola teve uma importância económica excecional ao longo da história da Península Ibérica, até ao período da Reconquista Cristã (1238 dC).

Tal deveu-se em grande parte à vitalidade do seu porto que, desde o período pré-romano, comercializava metais extraídos das regiões vizinhas de Aljustrel e das minas de S. Domingos.

Situada na margem direita do Rio Guadiana e inserida no Parque Natural do Vale do Guadiana, a vila de Mértola é uma vila medieval espetacularmente situada no topo de uma colina e a menos de 15 km da fronteira espanhola.

Um pequeno castelo, mas imponente, ergue-se no alto, com vista para o amontoado de casas brancas dispostas em socalcos, numa encosta na confluência do Rio Guadiana com a Ribeira de Oeiras.

A cada dois anos, no mês de maio, Mértola ganha vida durante o Festival Islâmico.

Inicia o passeio junto ao rio, pela escada que sobe até à Torre do Relógio, para desfrutares de uma das melhores vistas panorâmicas sobre a vila.

Torre do Relógio

A Torre do Relógio está situada nas proximidades do Rio Guadiana, empoleirada numa antiga torre das muralhas.

Pensa-se que a Torre do Relógio foi construída nos finais do século XVI ou inícios do século seguinte, porque o sino da torre tem a gravação “1593”.

Em 1896, após algumas avarias e interrupções, o relógio inicial foi substituído por outro mais recente.

A escadaria que leva ao cais é dos anos vinte do século passado, tendo a sua construção sido custeada pela empresa Mason and Barry, a empresa inglesa que foi concessionária da exploração da mina de São Domingos, desde 1873 até 1966.

Aproveita para subir à torre e tirar algumas fotos.

Segue pela Praça Luis de Camões (com o rio à tua esquerda) onde se situam a Câmara Municipal, a Casa Romana e os antigos edifícios representativos do poder político, administrativo, judicial e económico de Mértola.

O edifício da Câmara Municipal, ou “Paços do Concelho” tem nos pisos superiores os serviços da Câmara Municipal de Mértola e no piso inferior o Núcleo Museológico da Casa Romana.

Câmara Municipal de Mértola

Câmara Municipal

O edifício da Câmara Municipal é fácil de identificar devido às suas portas e portadas vermelhas.

Ao passares pela porta principal chegas ao hall de entrada, onde no seu pavimento se encontra um conjunto de mosaicos representando um cavaleiro e numa das paredes uma grande tapeçaria de Arraiolos, com motivos inspirados no Concelho de Mértola.

Casa Romana

A partir do hall de entrada, desce as escadas até à cave onde se encontra a Casa Romana.

Um museu que permite percorrer as fundações da casa romana, compreender a presença e o quotidiano dos Romanos no concelho de Mértola, na Península Ibérica e em redor do Mar Mediterrâneo.

É possível ver uma pequena coleção de potes, esculturas e outros artefactos.

Horário

• De 16 de Setembro a 30 de junho: das 9.00 às 12.30h e das 14.00 às 17.30 horas;
• De 1 de Julho a 15 de setembro: das 9.30 às 12.30h e das 14.00 às 18.00 horas.

Dia de encerramento

• Encerra à segunda-feira, 1 de janeiro, 1 de maio, 25 de dezembro e em dia de realização de atos eleitorais.

Após visitares o edifício da câmara, segue pela Rua dos Combatentes da Grande Guerra. Junto ao rio vais encontrar a Torre do Rio.

Torre do Rio

À beira do rio, perto da confluência com a Ribeira de Oeiras, encontra-se a ruína Torre do Rio ou “Torre da Couraça“.

Uma sólida construção romana, única no Mediterrâneo Ocidental, construída em blocos de pedra (mármore e granito) e alvenaria de xisto.

É classificada como monumento nacional desde 1910. Estima-se que seja do século XIV, tem 50 metros de comprimento.

A Torre do Rio serviu como estrutura defensiva permitindo o acesso da população à água.

Junto à Torre do Rio, desembarcavam os barcos de maior porte que subiam o rio Guadiana a partir da foz em Vila Real de Santo António, a 70 km de distância.

Debaixo da Igreja da Misericórdia, encontram-se as escadas de acesso à Torre do Rio (denominada Porta da Ribeira, que possui um brasão que só se vê ao subir do rio).

Continua até à Rua Dr. António José de Almeida, onde se encontra o Museu de Arte Islâmica, inserido num edifício de dois pisos que foi um antigo celeiro da Casa de Bragança, do século XVIII.

Museu de Arte Islâmica

O Museu de Arte Islâmica ajuda a perceber a presença árabe na região e em Portugal.

Aqui, irás encontrar inúmeros achados arqueológicos resultantes das escavações feitas ao longo dos anos em Mértola, que testemunham a ocupação muçulmana na região.

Entre os achados, encontram-se peças de cerâmica decoradas com a técnica de corda seca, joias, talhas e tigelas em argila, jogos islâmicos populares, lápides funerárias e muitas outras peças trabalhadas de cerâmica, metal e osso.

Segue pela Rua da Igreja até à Igreja Matriz de Nossa Senhora da Assunção.

Antes de começares a subir para a Igreja, do lado esquerdo encontra-se uma pequena capela, a Capela do Senhor do Calvário.

No altar estão as imagens de Senhor Crucificado, Senhor da Coluna e Ecce Homo.

Igreja Matriz de Nossa Senhora da Assunção

A Igreja Matriz de Nossa Senhora da Assunção é um dos locais mais fáceis de localizar em Mértola, uma vez que as suas grandes paredes brancas sobressaem nas paredes de xisto do castelo.

Situada logo abaixo do castelo, a Igreja Matriz (Igreja de Nª Srª da Anunciação), era anteriormente uma mesquita, construída durante a ocupação muçulmana na Península Ibérica.

No século XIII, durante a Reconquista, os cristãos converteram a mesquita numa igreja. No entanto, manteve a estrutura do antigo templo muçulmano, em particular, as quatro portas em arco e o mihrab (local que indica a direção de Meca).

A Ordem de Santiago deixou a sua marca na fachada, como podes ver gravada numa pedra por cima da porta de entrada principal, sendo posteriormente, adotado pela atual Igreja Matriz.

Tudo num cenário de reaproveitamento de espaços e materiais por diversos povos.

No topo encontra-se o Castelo de Mértola.

Castelo de Mértola

O atual Castelo de Mértola, foi construído na época medieval sobre antigas fortificações romanas e muçulmanas. Sofreu múltiplas transformações ao longo da história.

O Rei João Fernandes, Mestre da Ordem de Santiago, ordenou a construção da torre de menagem em 1292. Foi a sede nacional da Ordem de São Tiago da Espada por mais de um século.

Atualmente, na torre de menagem, existe um belo museu que exibe uma coleção de material arquitetónico que data entre os séculos VI e X a.C.

Da torre de menagem e das suas muralhas, terás a oportunidade de observar as impressionantes vistas panorâmicas da zona histórica de Mértola e do Rio Guadiana.

Alcáçova

As descobertas arqueológicas feitas na Alcáçova (Alcazaba) colocaram a descoberto tesouros como um batistério do século XVI, uma coleção de mosaicos bizantinos, bem como, pelo menos um fórum romano, um bairro islâmico e vários edifícios religiosos luxuosos, dos séculos V ao VII.

Muitos destes tesouros já se encontram integrados no disperso museu de Mértola, do qual o castelo faz parte.

O que visitar nos arredores de Mértola

Para passear à beira do rio pode-se alugar um barco ou um caiaque. Na outra margem destaca-se o Convento de São Francisco, com um fascinante jardim botânico.

Convento de São Francisco

Por iniciativa do cónego Diogo Nunes de Figueira Negreiros, o Convento de S. Francisco situa-se numa colina, na outra margem da Ribeira de Oeiras, desde o século XVII.

Hoje é um centro cultural. No interior da igreja acontecem concertos, exposições e outros eventos. No jardim, é possível observar um conjunto de instalações artísticas, que constituem um museu aquático ao ar livre.

O convento oferece ainda aos seus visitantes um jardim botânico repleto de ervas, plantas e flores incomuns, regado graças a um sistema de irrigação islâmico. Oferece também uma reserva ornitológica e uma galeria de arte.

De realçar as obras de arte moderna que adornam a antiga capela e as instalações cinéticas do artista Christiaan Zwanikken.

A 15 quilómetros ao leste de Mértola fica a aldeia da Mina de São Domingos e as suas minas de pirite e cobre abandonadas, o Museu da Casa Mineiro, o majestoso Hotel São Domingos e a praia fluvial da Albufeira da Tapada Grande.

Mina de São Domingos

A mina da proprietária britânica Mason and Barry foi fechada em 1965, mas deixou uma paisagem marcada, mas fascinante. Existem minas em ruínas em todos os lugares, juntamente com poços a céu aberto.

Foi considerado o maior complexo mineiro em território português e a mina de cobre mais importante da Europa, com cerca de 3.000 trabalhadores e 6.000 habitantes.

A imponente sede da antiga mina foi agora convertida no hotel, o Alentejo Star Hotel – São Domingos, enquanto um museu foi criado dentro de uma das antigas cabanas dos mineiros.

A Casa do Mineiro, como é conhecida, é um prédio minúsculo, sem janelas e de uma só divisão, o que reflete como a vida era difícil para os mineiros.

Praia Fluvial da Albufeira da Tapada Grande

A praia fluvial da Albufeira da Tapada Grande, é alimentada pela Ribeira do Geraldo e situa-se perto da antiga mina de cobre.

Este verdadeiro oásis do interior Alentejano, foi eleita pela primeira vez o melhor destino europeu na categoria Praias Interiores.

A cerca de 40 quilómetros ao norte de Mértola encontra-se a maior queda de água do sul de Portugal, o Pulo do Lobo.

Pulo do Lobo

A cascata do Pulo do Lobo formada há aproximadamente 110 000 a 10 000 anos, situa-se no Parque Natural do Vale do Guadiana. Este é um dos troços mais dramáticos do rio Guadiana.

Uma parte tão estreita que, segundo a lenda, só um lobo ou um homem audaz conseguiam atravessá-la com um único salto.

Como chegar ao Pulo do Lobo

Para chegar ao Pulo do Lobo, segue até à aldeia de Amendoeira da Serra, seguindo as indicações até ao Pulo do Lobo.

Ao chegar à Herdade de Pulo do Lobo, abre a cancela e são cerca de 1000m em estrada de terra até à cascata.

Também é possível visitar o Pulo do Lobo a partir de Serpa. São cerca de 25 km, mas o acesso até lá abaixo, é mais difícil. Tem de ser feito a pé, em terra batida e até em cima do leito rochoso do rio.

A vista do lado de Serpa é mais dramática, pois oferece uma visão melhor da queda de água.

Como chegar a Mértola

A maneira mais fácil de te deslocares até Mértola e que te permite visitar todos os destaques em redor da vila, é de carro. Se não tiveres um carro, consulta neste site os melhores preços.

Carro

Do Norte ou do Sul pela autoestrada A2

Na A2, saída Castro Verde, seguir pela EN 123, no cruzamento com a EN 122, virar à direita em direção a Mértola (38 km).

Do Norte via Beja, no IP2

Em Beja, siga pelo IP2 em direção a Castro Verde, no entroncamento com a EN 122, vire à esquerda em direção a Mértola (51 km).

Do Norte via Beja, no IP8

Em Beja, siga pelo IP8 em direção a Espanha, no entroncamento com a EN 265, vire à direita em direção a Serpa.

Continua pela EN 265 até chegar a Mértola. Entra-se no concelho pela freguesia de Santana de Cambas (86 km).

De Almodôvar

Pela EN 267 em direção a Mértola (38 km).

Do Sul (Faro)

Na Via do Infante em direção a Espanha, na saída de Castro Marim, entrar na IC 27 à esquerda em direção a Beja / Mértola, depois entrar na EN 122 e seguir até chegar a Mértola (130 km).

Autocarro

Mértola tem ligações de autocarro com a Rede de Expressos:

• Vila Real de Santo António (1 hora e 20 minutos);
• Serpa (90 minutos);
• Lisboa (3 horas e 50 minutos) via Beja (50 minutos);
• Setúbal (3 horas);
• Évora (3 horas) ) via Beja com a Rede Expressos.

Comboio

Mértola não tem ligação ferroviária e as estações ferroviárias mais próximas são em Beja a norte e Vila Real de San António a sul.

Onde ficar em Mértola

Hotel Museu – Hotel na zona ribeirinha com restaurante e bar/lounge.

Beira Rio – Hotel na zona ribeirinha com piscina exterior e restaurante.

Quinta do Vau – Casa rústica de luxo com piscina exterior.

Agro-turismo Monte da Galega – Casa rústica de 3 estrelas com piscina exterior.

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