O que visitar em Beja, a capital do Baixo Alentejo e uma das uma das cidade mais quentes de Portugal.
Situa-se no meio da planície, a 30 km de Serpa e aproximadamente a 50 km de Mértola.
É uma cidade descontraída, acolhedora e pouco turística, com um centro amuralhado e algumas atracões turísticas, todas a poucos passos umas das outras.
Acredita-se que foi Júlio César que fundou Beja em 48 aC, chamando-a de Pax Júlia, em homenagem a um acordo de paz entre os romanos e os lusitanos.
Em meados do século XVII, no Convento da Conceição, uma jovem freira chamada Mariana Alcoforado ter-se-ia apaixonado por um militar francês, o Chevalier de Chamilly, que supostamente a seduziu e depois deixou Beja para sempre.
A manifestação de tristeza e angústia da freira deram origem a ao livro “Cartas de Amor de uma Freira Portuguesa” – considerado as Cinquenta Sombras de Grey, da época – que apareceram em tradução francesa “Lettres Portugaises” em 1699, mas os originais nunca foram encontrados.
A primeira paragem será o castelo de Beja, que tem a a torre de Menagem mais alta da Península Ibérica.
O castelo foi construído por Dom Dinis onde outrora existia uma fortaleza romana em ruínas.
A grande atração deste castelo é a magnífica torre de menagem do século XV, com 40 m de altura. É considerada a mais alta da Península Ibérica.
Possui uma janela em arco em ferradura, característica da construção mourisca. Do lado poente da torre de menagem encontra-se um brasão da época de D João I.
A torre de menagem apresenta três pisos abertos ao público, sendo o acesso ao mais alto por uma escada em caracol de 183 degraus. A vista do topo vale bem a pena a subida e é grátis.
É possível avistar a fachada da Sé de Beja, no Largo do Lidador junto ao castelo.
Esta atraente fachada é classicamente portuguesa do século XVII e os seus altares são da mesma época.
O Museu Jorge Vieira é uma verdadeira joia escondida em Portugal com uma pequena galeria, que é o local perfeito para os amantes da arte contemporânea.
A oeste do castelo encontra-se o Arco Romano junto às Portas de Évora.
As outras portas da cidade sobreviventes são as Portas de Avis e as Portas de Mértola.
A Sé de Beja encontra-se aberta o dia todo aos fiéis e visitantes, mas o seu aspeto sóbrio, obscurecido pela grandiosidade das muralhas do castelo, que se erguem ao seu lado, não deixam adivinhar a rica decoração que se encontra, dentro de seu interior.
No interior da catedral, encontram-se um conjunto de altares do século XVII.
Ao entrar na catedral de Beja, irás encontrar os altares de São Tiago, São Sesinando e de Nossa Senhora da Conceição.
Do lado da Epístola encontram-se os altares de Santo António, São José (com pinturas de André Reinoso) e do Santíssimo.
A pedido de Dom José do Patrocínio Dias, a Santa Sé elevou a igreja de Santiago Maior à Catedral de Beja, invocando o Sagrado Coração de Jesus.
As obras de adaptação decorreram de 1932 a 1947, incluindo a fachada principal, bem como a inclusão de várias obras de arte que existiam nos extintos conventos de Lisboa.
O arco das Portas de Avis, foi demolido em 1893.
Posteriormente, foram descobertos os blocos de granito que o constituíam (mesas da peixaria do Mercado de Santa Maria), permitindo a sua reconstituição em 1939.
A Igreja de Santo Amaro é uma construção visigótica do início do século VI, o que a torna um dos edifícios mais antigos de Portugal.
A igreja alberga um pequeno museu de achados arqueológicos da época visigótica e as suas colunas interiores são talhadas com motivos geométricos do século VII.
Junto à porta das Portas de Évora encontra-se o Antigo Hospital da Misericórdia de Beja (Hospital de Nossa Senhora da Piedade).
O Hospital foi fundado em 1490 por D. Manuel, Duque de Beja, cinco anos antes de se tornar rei. Foi um dos primeiros edifícios em Portugal a introduzir o estilo manuelino na arquitetura gótica.
No interior do Hospital encontra-se um pequeno museu médico, claustros, arcos ogivais e uma pequena capela barroca magnificamente decorada.
A Igreja de Nossa Senhora dos Prazeres foi construída em 1672 e as decorações barrocas no interior, em particular dos tetos pintados, são notáveis.
A fachada simples não denuncia a riqueza artística do seu interior. Aqui está um dos mais importantes repositórios de arte sacra da cidade.
O Museu foi criado para garantir que as obras de arte episcopais fossem mantidas juntas.
Esta Igreja está classificada como Imóvel de Interesse Público.
Horário
A Praça da República é a praça principal e o coração da cidade de Beja.
É dominada pela Igreja de Misericórdia do século XVI, onde o pórtico em arco foi outrora o mercado de carne da cidade.
Junto à Igreja encontra-se um pelourinho.
A Igreja da Misericórdia de Beja, é um exemplar emblemático e belo da arquitetura de transição entre o Renascimento e o Maneirismo em Portugal.
No primeiro quarto do século XVI, o Duque de Beja, Príncipe Luís, filho de D. Manuel I, mandou construir o que viria a ser o matadouro da cidade.
A grandiosidade do projeto que estava empreendendo fez com que mudasse de ideias, optando por doar o prédio à Fraternidade da Compaixão.
O pórtico original da igreja é a principal atração. Posteriormente adaptado para se tornar a entrada da igreja, representa um exemplo do estilo renascentista único da arquitetura civil portuguesa.
O interior foi concluído com um estilo diferente, com influência manuelina, criando um claro contraste com o exterior.
No século XIX, a Igreja tornou-se patrimônio municipal.
O pelourinho de Beja terá sido reerguido após a concessão do Novo Foral por D. Manuel I.
No início do século XIX, foi transferido para a Praça da República, acabando por ser desmantelado e alguns de seus elementos arquitetónicos desapareceram.
Foi reconstruído em 1938 com os elementos que então foram recolhidos no Museu de Arqueologia do novo edifício da Câmara Municipal, posteriormente transferidos para o Museu Rainha D. Leonor.
Está classificado como Imóvel de Interesse Público desde 11 de outubro de 1933.
A Igreja de Santa Maria, é uma das mais antigas da cidade de Beja. É um dos melhores exemplos do denominado ‘Alentejo Gótico’.
Destacam-se também os altares barrocos e uma representação da ‘Árvore de Jessé’, instalada em uma capela lateral.
Esta Igreja está classificada como Imóvel de Interesse Público.
Mesmo em frente à Igreja Santa Maria, fica o Convento da Conceição.
O Convento da Conceição ocupa um lugar especial na literatura portuguesa, pois foi a casa de Mariana Alcoforado, alegada autora das famosas Cartas de Amor de uma Freira Portuguesa.
O Convento da Conceição, foi fundado em 1459 pelo infante D. Fernando, pai de D. Manuel I.
Apresenta uma mistura de estilos gótico e manuelino e o interior é mais luxuoso, destacando-se a capela rococó resplandecente de séculos XVII e XVIII carpintaria dourada do século.
As paredes do claustro são ladrilhadas com belos azulejos, mas a parte mais importante do museu é a Casa do Capítulo, cujas superfícies estão pintadas com motivos florais ou revestidas com azulejos hispano-mouriscos.
Os edifícios do Convento e da Igreja albergam também o Museu da Rainha Dona Leonor, também conhecido como Museu Regional de Beja.
O Museu Regional de Beja contém cantaria romana e visigótica, fragmentos arqueológicos que datam das idades do bronze e do ferro e, uma reconstrução da janela da cela através da qual Mariana Alcoforado teria trocado palavras doces com o amante.
Depois de calçares as “botas” de plástico, podes caminhar sobre o piso de vidro que cobre o passado arqueológico escavado da cidade.
Os “achados” que datam da pré-história até aos dias de hoje, visíveis através do piso de vidro, demonstram a importância de Beja desde cerca de 3000 aC.
Horário
Preço: gratuito.
No exterior do museu, é possivel apreciar o “Portu-galo”, da autoria de Bordalo II, que foi considerado o 5º mural “mais belo em todo o mundo” em 2017, distinção dada pela Widewalls.
O Convento São Francisco foi construído no século XIII e é uma mistura dos estilos gótico e manuelino.
O primeiro registro escrito do convento data de 10 de novembro de 1268.
A velha capela está agora extremamente vazia e acolhe exposições de arte e seria uma magnífica sala de concertos, e os claustros estão agora fechados.
Lar de muitas peças interessantes e originais, este edifício agrega grande valor artístico e cultural à área.
A Pousada de S. Francisco ocupa as instalações do antigo Convento de S. Francisco, integrando a rede Pousadas de Portugal com a classificação de Pousada Histórica.
Vale a pena visitar o Colégio dos Jesuítas na Rua Marquês de Pombal. A construção foi interrompida em 1759, quando a Ordem dos Jesuítas foi expulsa de Portugal.
Quando as obras recomeçaram em 1777, o edifício foi dedicado ao Paço Episcopal, que com o tempo se tornou um importante centro intelectual no sul do país.
O Parque Fluvial de Cinco Reis localiza-se a 7 km de Beja e próxima da “villa” romana de Pisões, junto da Albufeira com o mesmo nome, que recebe as águas da Barragem do Alqueva.
Tem todas as caraterísticas ambientais, de segurança e de conforto necessárias para garantir o bem-estar aos visitantes.
Na “Villa” Romana dos Pisões é possível encontrar o património deixado pelos Romanos que aqui residiram na I d.C, com vestígios das numerosas divisões, com diferentes dimensões à volta do átrio (pátio central rodeado por colunas).
Está classificado como Imóvel de Interesse Público.
A villa romana ocupa uma área de 30 000 metros quadrados e encontra-se em notável estado de conservação.
Há uma grande variedade de mosaicos e mármores, zona termal e um enorme reservatório juntamente com uma barragem.
Foi em Baleizão, no Monte do Olival, que Catarina Eufémia foi assassinada em 1954.
Foi organizadora de um protesto contra os baixos salários e, na manifestação, foi morta a tiro por um oficial da GNR.
Posteriormente, tornou-se um ícone nacional da resistência ao regime do Estado Novo e os seus memoriais são facilmente vistos na aldeia.
Situada a cerca de 30 km de Beja, Serpa é uma pacata e simpática cidade, conhecida como “Vila Branca”.
A proximidade com a fronteira espanhola deu origem à construção de grossas muralhas e de um pequeno castelo, cujas ruínas estão abertas à visita.
O castelo é de origem mourisca, embora tenha sido amplamente reconstruído no final do século XIII pelo rei D. Dinis.
O castelo sofreu graves danos durante a invasão espanhola de 1707. A entrada no castelo faz-se através de um dramático bloco de muralha suspenso.
A cidade foi fundada em 400 AC pelos Turdelos, um dos povos originários da Península Ibérica.
Beja está situada na região do Baixo Alentejo, a cerca de 180Km a sul de Lisboa e 160Km a norte de Lisboa. A melhor forma de chegar a Beja é em viatura própria ou alugada.
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O tempo médio de viagem é de cerca de 2h30, e o custo ronda os 16,00 € (Lisboa – Beja, só ida). Terás que apanhar o comboio em direção a Évora e trocar na Casa Branca.
O tempo médio de viagem ronda as 3h00 e o custo ronda os 14,00 €.
A passagem pode ser comprada ao motorista no site da Rede Nacional de Expressos.
Beja tem ligações de autocarro com:
As ligações de Faro a Beja são bastante difíceis e restritas, por isso verifica com antecedência as possibilidades de transporte disponíveis (autocarro e comboio).
Hotel Melius – Hotel de 3 estrelas com bar/lounge. Museu Regional de Beja a 1,2 km.
Herdade do Vau – Alojamento agroturístico de 3 estrelas com adega e piscina exterior.
BejaParque Hotel – Hotel de 4 estrelas com restaurante e bar/lounge.
Pousada Convento de Beja – Hotel de 4 estrelas com piscina exterior e restaurante.
Vila Galé Clube de Campo – Hotel de 4 estrelas com spa e adega.
Herdade Malhadinha Nova – Hotel de 4 estrelas com piscina exterior e restaurante.
Viagens:
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